Perdas de dados e os novos dilemas do armazenamento - Pendrive, Cartão, HD, SSD, Nuvem

Disco duro desensamblado de la computadora, hdd con efecto espejo - freepic.diller

Lidar com a perda de dados sempre foi um grave problema da humanidade e o advento das tecnologias de informação não deram fim a ele, ao contrário, até tornaram menos duradouros e menos confiáveis que o próprio advento do impresso. Enquanto é possível folear páginas escritas há milênios, apreciar fotos de centenas de anos, as mais variadas mídias digitais mal sobrevivem a 10 anos. As midias digitais ainda sofrem com a diversidade de invenções de mídias e respectivos players que sem eles não tem como abrir seus arquivos, a exemplo dos disquetes e CDs. A falta de uma padronização testada e aprovada para este fim garantirá muitas dores de cabeça para todas as gerações.

Toda vida que se entra nesse debate há quem saia com a dita solução definitiva, "coloca na nuvem". Esse termo "nuvem" serve bem para ilustrar o que se prevê acontecer com os dados, sumir com o sopro do vento, ser explorado por desconhecidos ou ainda a perda total por perda de senha e login na eventual passagem dessa vida. Nesse ponto é indispensável ler o que diz as novas diretrizes do Google no ítem de dados salvos nessa nuvem.

O tipo de memória mais longíqua que temos é o HD ou HDD (Hard Disc Drive - Disco Rígido) e alternativas como SSD e cartões SD que a cada versão mantém algo essencial que é a retrocompatibilidade. 
Infelizmente em nenhuma dessas soluções há garantia de eternidade na preservação dos dados, mesmo mantendo longe de intempéries.

O HDD pode sofrer com impactos, quedas, uso excessivo e intenso, oxidação porém é o que tem possibilidades maiores de resgate de gravação que os demais, mesmo com perda parcial.

Nos de Estado Sólido (SSDs, Cartões), um dano elétrico impede até que ele seja reconhecido, menos ainda lido por algum software. Exceto nos danos causados por erros de software, arquivos corrompidos em que a parte eletrônica permaneça funcionando, a expectativa de recuperação de dados é perto de nula. Por isso a recomendação desse tipo de armazenamento seja de passagem, temporária e na conclusão gravada em um bom e reconhecido HDD que deve ser tratado com todo carinho, entenda-se, transportar e colocar sem trepidações e pancadas. Por isso é interessante quando houver alguém de serviço transitando nesses ambientes, saber reconhecer um HD para a exemplo de uma limpeza de ambiente não esbarrar ou derrubar um.

E a "Nuvem" ? Um caso recente que recebi haviam ~3TB de dados perdidos em um HDD, vejam que curioso, o plano "Premium" da nuvem te dá 2TB e isso inclui o que gasta no email e outros serviços. Significa que mesmo pagando ele não teria os 3TB fáceis na nuvem. 3TB são muito para quem digita textos mas nada demais para quem trabalha com vídeo. O valor anual dos 2TB de nuvem custa o equivalente a um HDD de 3TB, sendo que esse custo se mantém ao longo dos anos, se desejar que esses dados durem, talvez. Leia estes relatos de quem perdeu arquivos na nuvem .

Sim, a "Nuvem" também some como a nuvem dos céus. As empresas que vendem estes serviços também usam as mesmas tecnologias dos humanos e estão sujeitas a incidentes e a acidentes, não só isso, estão sujeitas as tormentas do mercado podendo fechar as portas sem aviso prévio. Como pode-se ver nos relatos linkados acima, uma das empresas respondeu ao cliente dizendo que ele deveria ter backup de seus dados, praticamente se isentando pela perda. É a famosa queda na realidade.


A primeira recomendação ao perceber apagamento acidental ou perda de uma unidade é não tentar salvar nada nem manter operacional enquanto usa aplicativos que geram temporários. Arquivos temporários são gerados intensamente sem controle do usuário, a exemplo dos navegadores de internet. Cada gravação na unidade afetada passa por cima dos vestígios dos arquivos que os tornam irrecuperáveis.

Os procedimentos de recuperação precisam ser decididos desde os relatos do ocorrido, ao tipo de armazenamento, tipo de formatação, plataforma de sistema operacional e suas diversas variantes. Só no Windows existem formatos FAT, NTFS, exFAT e com eles as particularidades do tamanho da mídia se 500GB, 1TB, 4TB etc.

A depender do tamanho do  HD, o rastreamento e recuperação dos arquivos podem tomar até mais de uma semana 

O que o século XX e XXI estão dizendo é que se quer que algo realmente dure de verdade, escreva em um livro com vários exemplares. Se quer sua imagem para um distante futuro, imprima em um quadro. 

 


 * Todo o texto acima foi criado originalmente por Inteligência Natural

Italo Valerio é profissional de TI, Audiovisual e Pedagogo formado na UFRN, também atende clientes na recuperação de dados. 

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