Filmar o sol ou filmar eclipse solar queima a câmera ?
Eventos astronômicos chamam muito a atenção por serem raros, as vezes único na vida de uma pessoa. Em tempos de eletrônicos de todo tipo que contém sensor de imagem, cabe saber o quão perigoso pode ser submeter a câmera muito tempo apontada para o sol.
Para começar esta conversa podemos verificar esta matéria em que um agricultor relata o incêndio em um trator pelo simples reflexo de metal espelhado no pneu.
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| Fonte: Caçula FM (Três Lagoas/MS) |
Os sensores das câmeras tem se tornado bastante resistentes mas o fato é que nenhuma indústria publica quanto tempo cada sensor, dos milhares de modelos e marcas já vendidos, desde celulares a câmeras de cinema, suporta a luz direta do sol.
O agravante está que neste tipo de evento muita gente vai querer prender a câmera em um tripé e fazer o chamado "timelapse" em que a Câmera grava até por horas a cena afim de acelerar depois.
Assistir o pôr do sol é uma cultura que se estende nas regiões serranas e mirantes mundo a fora. Diariamente surgem fotos e vídeos encantadores deste fenômeno que se repete diariamente. O detalhe é que nesse ponto as câmeras ficam submetidas a um tempo reduzido ao máximo de alguns minutos além de que o sol está com sua intensidade de raios bem mais reduzida, fatores que poupam prejuízos perceptíveis no sensor.
Antes do CCD e do CMOS existiu um sensor baseado em tubo, este era tão sensível a manchar que bastava apontar para luz do poste por um tempo que logo a mancha ficava em qualquer outra imagem.
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| Câmera VHS Zenith, sensor de tubo |
Importante dizer que embora os sensores atuais suportem bem melhor o calor que incide nele, há diversas partes plásticas desde a ponta frontal da lente até a base deles.
Em se falando em câmeras mais profissionais, desde as prosumer até as profissionais, além das top das profissionais, suas poderosas lentes que tem excepcional sensibilidade noturna e alta precisão de foco e nitidez podem se tornar verdadeiros lança chamas dentro da câmera se não forem tomadas todas as precauções de inserir filtros apropriados na frente da lente.
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| Lâminas da íris derretidas |
Para os profissionais que estão lendo isso faz-se necessário lembrar que os filtros ND NÃO SÃO garantia de proteção pois os filtros genéricos não possuem filtros UV-A e UV-B que danificam não só sensores como nossos olhos. Os kits de filtros ND geralmente são classificados em ND2, ND4, ... ND64 mas para uma correta observação de um eclipse solar estaremos falando de filtros ND100.000 (16.6 stop) e só para um filtro assim estaremos falando de ~150 dólares (FOB). Pois é, existem.
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| Encontro Câmeras e Mídias - Parque das Dunas, Natal/RN |
Alguns fatores que estão a amenizar toda essa história é que nas cidades brasileiras está para começar às ~15h até ~17h com ponto alto previsto para 16:45 e que durará apenas 3min, bem melhor se acontecesse ao meio dia.
Você pode diminuir os riscos de voltar pra casa com a câmera perdida se evitar usar o zoom optico, abrir demais a iris, apontar por pouco tempo (takes de 10s ou 20s são suficientes pra compor um clipe), usar o que puder de filtro que diminua a entrada de luz pela frente da lente, esquecer timelapse contínuo.
Boa sorte e bons registros !
Como foi o eclipse em um dos pontos de Natal?
Fatos ocorridos após o eclipse solar:
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